LIVROS IMPERDÍVEIS: AS CINCO LINGUAGENS DO AMOR
Decidi escrever uma série sobre os livros da minha vida que me marcaram absolutamente. Chamei-lhe Livros Imperdíveis e, de tempos a tempos, irei escrever sobre estas pérolas da literatura cristã, cuja leitura recomendo vivamente.
Na década de 90, Gary Chapman [1] escreveu
um livro que viria a revolucionar a forma como vemos os relacionamentos, seja
com as crianças, os adolescentes ou entre adultos.
Cada ser humano, tem uma forma de expressar amor, a qual corresponde também à maneira como entende que é amado. A esse sistema de comunicação de emoções e sentimentos, Chapman deu o nome de “linguagem do amor”. Percebendo que existem diferentes idiomas, o autor agrupou-os em cinco categorias e descobriu que, cada pessoa, tem uma linguagem principal e outra secundária e que é pelas mesmas que interpreta o significado do amor.
PRINCÍPIOS
1. É o amor que faz girar o mundo, porque a necessidade de ser amado é elementar.
2. Manter o nosso depósito do amor cheio, é vital para uma vida feliz.
3. Se queremos ser comunicadores eficazes, temos de estar
dispostos a conhecer a linguagem do amor dos outros.
4. Paixão é um instinto. Amor é uma escolha.
Sendo que o amor é uma escolha e muitas vezes
não é recíproco, a maior forma de amor é amar um inimigo, ainda que esse
inimigo seja a pessoa mais próxima e a mais improvável.
“Digo a todos os que me estão a
ouvir: amem os vossos inimigos e façam bem a quem vos odeia. Abençoem quem vos
amaldiçoa e orem por aqueles que vos tratam mal. (…) Façam aos outros como
desejam que os outros vos façam. Se amarem apenas aqueles que vos amam, que
recompensa poderão esperar de Deus? Até os pecadores têm amor àqueles que os
amam.” Lucas 6:27, 28, 31, 32 (BPT)
1. PALAVRAS DE APREÇO
Esta linguagem, em si mesma, pode ter
diferentes dialetos, mas refere-se sempre a palavras que manifestam encorajamento
(“inspirar coragem”), elogiam e valorizam o outro verbalmente, expressam
humildade (pedidos em vez de exigências) e são ditas com amabilidade (tom da
voz). Quantas discussões podem ser evitadas se tão somente o nosso timbre vocal
for menos intenso! Esta linguagem é partilhada tanto por homens como por
mulheres, é um sinal de respeito em qualquer relação, seja conjugal, profissional,
ou de mero acaso. É uma forma de comunicação que qualquer um de nós pode sempre
melhorar, sobretudo quando sabemos que a outra pessoa com quem nos relacionamos
é muito sensível nesta área.
“Com muita paciência pode-se
convencer a autoridade, e a língua branda quebra até ossos.” Provérbios
25:15 (NVI)
2. TEMPO DE QUALIDADE
Significa dar a total atenção à pessoa
com quem estamos. Seja num aconselhamento, numa reunião ou numa conversa com um
amigo ou conjugue. Não detesta quando está a falar com alguém e o outro está a
mandar mensagens ou nem sequer ouve o que está a dizer? Pois é.
Tirar tempo de qualidade com outro implica:
a) Ouvir atentamente (com contato visual e sem fazer outra coisa)
b) Escutar os sentimentos e ser compreensivo (estar atento à linguagem corporal do outro e não interromper)
c) Aprender a falar (ter uma conversa de qualidade)
d) Ter atividades significativas para ambos (brincar com o
seu filho, tirar um dia por semana para estar a sós com o conjugue e fazer o
que ambos gostam, almoçar com uma amiga, etc.).
“Tudo tem o seu tempo determinado,
e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” Eclesiastes
3:1 (RC)
3. RECEBER PRESENTES
Os presentes são símbolos visuais de amor que
expressam que pensámos no outro. Apesar de todos gostarmos de receber presentes,
há pessoas para quem esta é a sua principal linguagem de amor e, por vezes, oferecermo-nos
a nós próprios é o melhor presente. Nem todos os presentes precisam de ser
comprados. Encontrar umas flores ou umas conchas que o outro adora, ou fazer uma
camisola, uma pintura ou um poema, pode ser ainda mais significativo, pois
investimos tempo, esforço e demos algo único. Se a sua mãe, esposa ou pastora
gosta de presentes, porque não surpreendê-la fora das datas habituais?
“Todos os seus vizinhos os
ajudaram, trazendo-lhes utensílios de prata e de ouro, bens, animais e
presentes valiosos, além de todas as ofertas voluntárias que fizeram.” Esdras 1:6
(NVI)
4. ATOS DE SERVIR
Servir aos outros é bíblico e deve ser exercido
por todos, mas para aqueles (como eu), para quem esta linguagem é a principal, o
serviço é uma forma especial de receber e de dar amor, porque requer “lembrança,
planeamento tempo, esforço e energia” [2]. Não
é algo que se faz de qualquer maneira, ou por obrigação. Aliás, “o amor é uma
opção e não pode ser coagido” [3], por
isso, se o seu filho ou conjugue fazem tarefas só por causa das suas
exigências, isso não é amor, é uma obrigação. Por outro lado, maridos, muitas
vezes, as queixas da sua esposa dão-lhe pistas essenciais sobre o que ela
precisa e espera de si. Se lavar a loiça e despejar o lixo de bom grado, isso pode
garantir-lhe paz e romance.
“Cada um exerça o dom que recebeu
para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas
múltiplas formas.” 1 Pedro 4:10 (NVI)
5. CONTATO FÍSICO
Um toque pode comunicar tanto amor
como ódio. É sabido que o contato físico nos bebés os ajuda tremendamente no seu
desenvolvimento social e emocional, tanto que os recém nascidos são colocados
sobre a pele da mãe para fazerem essas conexões imediatamente. Um estudo do Nationwide
Children’s Hospital, nos Estados Unidos, descobriu que uma maior exposição de
contato pele a pele com os pais, faz a diferença no desenvolvimento cerebral, cognitivo,
comportamental e comunicacional. [4]
Nos adultos, o distanciamento físico
pode significar muitas vezes um distanciamento emocional. Por isso, a Bíblia
alerta que os conjugues não devem manter-se fisicamente separados por muito tempo
(1 Coríntios 7:5).
Nas relações de amizade, um simples
abraço, reduz o stress e a pressão arterial, liberta oxitocina (a hormona do
bem-estar) e comunica compreensão e empatia de forma não-verbal.
Há situações que só um toque pode expressar um turbilhão de emoções, como no caso de José, quando reencontrou os irmãos, ao fim de tantos anos: “Em seguida, beijou todos os seus irmãos e chorou com eles. E só depois os seus irmãos conseguiram conversar com ele.” Génesis 45:15 (NVI)
COMO DESCOBRIR A SUA LINGUAGEM DO AMOR?
1. O que mais pedimos é o que mais nos faz sentir amados.
2. O que mais nos magoa, e o que mais falta sentimos, revela qual a nossa linguagem.
3. A forma como mais tendemos a expressar amor aos outros, revela qual a nossa linguagem.
Todos temos uma linguagem principal, aquela
com que mais nos identificamos, que mais usamos e que mais precisamos; mas
também devemos estar atentos a uma linguagem secundária, a qual nos complementa
noutras áreas.
O contrário também se aplica: se a sua
criança não gosta que a beijem ou a abracem, já sabe, Contato Físico não
será definitivamente a linguagem de amor do seu bebé. Se um namorado é
distraído e se esquece de todas as datas, Receber Presentes nunca será a
linguagem de amor dele.
Então, a próxima vez que se aborreça com
alguém porque ele ou ela não fez, não se lembrou, não disse, nem tocou, e nunca
tem tempo para si, pare e pense: será que a minha linguagem do amor é óbvia
para o outro?
Vamos espalhar este conhecimento!
[1] Gary Chapman é pastor, conselheiro matrimonial e escritor,
autor do best-seller The 5 Love Languages já traduzido para mais de 50 línguas.
https://www.5lovelanguages.com/
[2] Gary Chapman,
As cinco Linguagens do Amor, pág. 75
[3] Ibid, pág.
83
LIVROS IMPERDÍVEIS: AS CINCO LINGUAGENS DO AMOR, por Sandra Rosa
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