BALANÇO DE UM ANO
2020 dissipou-se como uma névoa obscura que não deixará saudades...
Milagrosamente, Deus transportou-me por este ano, com uma paz inexplicável, que contrariou os receios óbvios, de alguém com uma mãe sénior, e ambas em grupo de risco. Só por isso, já ergo ações de graças, a um Pai Celestial que cuidou de nós, nas pequenas coisas, que são tão significantes.
Foi um ano difícil, contudo. Trágico para milhões, desesperante para tantos outros, uno-me ao coro dos que encorajam a que não cedamos ao pânico “Pois o espírito que Deus nos deu não é de medo, mas sim de coragem, amor e bom senso.” 2 Timóteo 1:7 (BPT)
Sou grata e inspirada por todos os que enfrentaram 2020 com coragem desafiante:
- todos os que continuaram a levar o Evangelho pelos 4 cantos da Terra, sobretudo os martirizados pelas Boas Novas,
- todos os que partilharam o seu pão com os desalojados, desempregados e aflitos,
- todos os profissionais que aguentaram embate após embate na linha da frente,
- todos os líderes e colaboradores que se uniram para ultrapassar burnout e se reinventaram,
- e até pelos governantes sinceros que trabalharam para travar uma epidemia global. Mal ou bem, os países conseguiram evitar uma mortandade ainda pior, pois não se iludam, os principados malignos por detrás de tudo o que aconteceu, sabem que a hora do fim está a chegar, e querem arrastar milhões consigo, na sua iminente condenação.
Mas não posso deixar de chegar ao fim deste ano, com um lamento de irrealização…
O Espírito Santo está a mover-se aceleradamente pela Terra. Os tempos e os propósitos de Deus estão a alinhar-se para a concretização do fim de todas as coisas. Estamos a ver a história desenrolar-se diante dos nossos olhos, mas um clamor de insatisfação e de urgência, instala-se cada vez mais forte no meu coração: não é suficiente! Tenho de fazer mais e melhor.
A Igreja de Cristo na Terra tem de agir profeticamente, como reis e sacerdotes [1] que decretam a vontade de Deus, sobre as estações e interpretam os sinais, cooperando com o desfecho da História Divina.
Vejo a postura de muitos que se dizem “crentes” ser tão indiferente quanto ao que Deus está a fazer na Terra, que pastam e dão a pastar “palha” de um pseudo-evangelho cor-de-rosa, egocêntrico, rebelde e fraudulento, “(…) não suportarão o santo ensino; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, reunirão mestres para si mesmos, de acordo com suas próprias vontades. Tais pessoas se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.” e “(…) ordenam aos videntes: “Não tenhais mais visões!” E aos profetas: “Não mais nos reveleis a justiça e o que é certo a fazer! Dizei-nos apenas o que é agradável aos ouvidos para se ouvir; profetizai ilusões.” [2] Outros, estão tão embrenhados no seu ego, apenas se preocupam com amealhar honrarias e riquezas, sem qualquer arrependimento, submissão ou temor. Outros ainda, tratam Deus como se Ele fosse um hipermercado de bênçãos, olhando egoisticamente só para si...
Entenda-se que a palavra “cristãos” significa “pequenos cristos”, ou seja, semelhantes a Cristo, mas quantos passaram 2020 a praguejar contra autoridades, a disseminar pânico nas redes sociais, a comiserar o seu umbigo e a fazer… NADA?
Não sabemos nós que somos peregrinos nesta Terra e, que o único motivo por que estamos vivos, é para sermos Embaixadores de Cristo [3] e honrar o Seu Excelso, Magnífico Nome, com a nossa maneira de viver, trabalhar e cooperar com o Reino Celestial?
Que tudo o mais se deve render à nossa Missão Celeste? Se vamos casar, é para manifestar a Glória de Deus no cônjuge. Se temos filhos, é para preparar adultos curados, produtivos e testemunhos vivos de um lar redimido. Se estudamos, é para honramos o nome de Cristo na nossa profissão?
Onde está a prioridade divina nas nossas escolhas?
“Sempre que o Espírito de deus entra na nossa vida (…) é para anunciar (…) que o tempo de evitar compromissos ACABOU. (…) fabricamos mil desculpas lógicas para não fazer NADA. (…) quando estivermos perante o Cristo ressurecto, cada um de nós será a soma das nossas escolhas.” [4]Qual a dimensão da nossa submissão à real chamada de Deus para as nossas vidas?
“No tempo e fora de tempo, no sucesso e no fracasso, na graça e na desgraça, a coragem de arriscar tudo na assinatura de Jesus é a marca do discipulado autêntico. (…) É a coragem que conta.” [5]Qual é a nossa verdadeira resiliência se nunca acabamos aquilo que começamos?
Onde estão aqueles a quem o mundo chama “pequenos cristos”,
porque amam, curam, profetizam, ressuscitam mortos e caminham com uma autoridade sobrenatural acima de complexos, necessidades, tragédias ou mudanças?
“Irmãos, quanto aos tempos e épocas, não precisamos escrever pois vocês mesmos sabem perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão à noite. Quando disserem: "Paz e segurança", a destruição virá sobre eles de repente (…) Portanto, não durmamos como os demais, mas estejamos atentos e sejamos sóbrios; (…) vestindo a couraça da fé e do amor e o capacete da esperança da salvação. Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Tessalonicenses 5:1-9 (NVI)
O nosso destino é a Glória!
“Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: «Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou». Aquele que estava assentado no trono disse: «Estou fazendo novas todas as coisas!» E acrescentou: «Escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e dignas de confiança».” Apocalipse 21:1-5 (NVI)
Que 2021 seja um ano de arrependimento, de mudanças e de a Igreja proclamar pela Terra que o Fim está próximo, mas que há uma Esperança: Cristo “em nós, a Esperança da Glória”!
[1] “e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!” Apocalipse 1:6 (RC)
[2] 2 Timóteo 4:3-4 e Isaías 30:10 (RA)
[3] “(…) nos encarregou da mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo (…).” 2 Coríntios 5:19b-20a (NVI)
[4] Brennan Manning, A Assinatura de Jesus, Ed. Vida, 2014, p. 167, 172, 174
[5]Ibid. p. 176
BALANÇO DE UM ANO, por Sandra Rosa
Comentários
Enviar um comentário
Muito obrigado pelo seu comentário. Convide os seus amigos para o blog. | Thank you for your comment. Invite a friend.