“EU SOU O QUE SOU”

 “Deus disse então a Moisés: 
«EU SOU AQUELE QUE É»” 
Êxodo 3:14 (BPT)
YHWH é o Tetragrama Sagrado (combinação de quatro letras), no caso do hebraico original, quatro consoantes, que representam o nome sagrado de Deus e que ocorrem mais de seis mil vezes no Antigo Testamento. As formas YHVH, JHWH e JHVH também podem ser usadas.
Diferentes traduções do original, podem traduzi-lo como “Eu sou o que sou”, “Eu sou aquele que é” ou “Eu sou o existente”, uma vez que pode ser derivado de um verbo que significa "ser", "existir", "tornar-se", ou "vir a passar".
Com base nas letras hebraicas אהה, a sua pronúncia em hebraico seria algo como Iaue. As traduções Yahweh, Javé, Iavé ou Iaué, poderão ser formas aproximadas do original, mas porque a expressão deixou de ser pronunciada há milhares de anos, é impossível determiná-lo com exatidão.
“O respeito ao nome divino gerou a prática de evitar seu uso para não contrariar as ordens como Êx 20:7 ou Lv 24:16 [1]. Com o tempo se passou a pensar que o nome divino era santo demais para de facto ser pronunciado. Assim surgiu o costume de usar a palavra Adonai (“Senhor”) [2] ou HaShem ("O Nome").
Na Idade Média, escribas massoretas introduziram um sistema de vocalização por sinais, para facilitar a leitura do hebraico e, em vez de inserirem sinais vocálicos para YHWH, colocaram propositadamente outros, para o tetragrama ser lido Adonai ou Elohím ("Deus").
A resposta de Deus a Moisés, é a primeira vez que o divino é nomeado na Bíblia. Até então, era apenas conhecido como o Deus dos patriarcas: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.” Êxodo (RA)
“O nome de Deus é uma autorrevelação (…) Ele escolhe se fazer conhecido. (…) Mesmo que Ele fosse misterioso, sublime e inacessível, Ele superou a distância como a humanidade ao revelar o seu nome.
A verdade do caráter de Deus é focalizada em seu nome. O nome divino revela o poder, a autoridade e a santidade de Deus. [3]
Ao longo da Velha Aliança, Deus revela o seu caráter, em cada expressão adicional que O nomeia. [4] Na verdade, cada manifestação do nome de Deus não é uma limitação, antes uma maior revelação de Quem Deus É. “«Eu Sou» sempre é sujeito, livre para ser e agir como quiser. (…) “«Eu Sou»” é o sujeito da História.” [5]
Deus é tanto, que seria impossível um só nome comportar TUDO o que Ele É!
Por isso Jesus adota a mesma expressão no Novo Testamento. Porque os judeus compreendiam o poder por detrás desta afirmação, quiseram apedrejá-lo em João 8:58 (NTLH): “(…) antes de Abraão nascer, “Eu Sou”!
Jesus alarga ainda mais a revelação de Deus, mostrando-se como:
§  o Ancião de Dias (Daniel 7:9),
§  El-Shaddai - Todo-Poderoso (Salmos 78:35),
§  Elohim - plural majestático de Altíssimo (João 1:1),
§  Emanuel (Isaías 7:14),
§  Rei dos Reis, Senhor dos Senhores (Apocalipse 19:16) e
§  o Eterno (1 Timóteo 1:17): Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Apocalipse 1:8 (RA)
Este é o Deus que eu sirvo! O verdadeiro Deus a quem se dobrará “todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” Filipenses 2:10-11 (RA)
Ele é o Deus da História, Ele é o Excelso e o Sublime, não há ninguém como o meu Deus!
"Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor?
Quem é semelhante a ti?
Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?
Com o teu amor conduzes o povo que resgataste;
com a tua força tu o levas à tua santa habitação.”
Êxodo 15:11-13 (NVI)


[1] “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” Êx 20:7 (RA) ou “Aquele que blasfemar o nome do Senhor será morto;” Lv 24:16 (RA)
[2] IN Dicionário Bíblico Ilustrado, Ed. Vida, 2018, pág. 1726
[3] IBID, pág. 1187
[5] IBID, pág. 589

“EU SOU O QUE SOU”, por Sandra Rosa 

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