A PASSAGEM

No artigo Sofrimento sem Anestesia, citei uma frase de Richard Foster, em que ele diz: "[Jesus] absorveu toda a violência, todo o medo, todo o pecado do passado, do presente e do futuro".

Verdadeiramente, é impossível a nossa mente limitada compreender a totalidade da obra redentora de Cristo, mas para entendermos o cumprimento da Páscoa no Novo Testamento, temos de conhecer o seu significado na Velha Aliança e o que essa celebração profetizava.

Em Êxodo 12:1-17, o próprio Deus instituiu a Festa dos Pães Asmos, ou seja, sem fermento. A levedura é um símbolo do pecado, o qual não pode habitar a nossa vida se queremos ter comunhão com o Criador. Mas tal como o povo israelita estava escravo no Egipto, também nós, sem Deus, somos escravos do pecado. Assim, Ele próprio criou a passagem de libertação para judeus e gentios, pois pesah no hebraico significa passagem.

"Com o sangue do animal marquem as duas ombreiras e a verga da porta da casa onde o estiverem a comer." Ex 12:7 (BPT)

Os versículos 8 a 11 instruíram o povo do que deveriam fazer, para evitarem a Praga da Morte dos Primogénitos, pois o Anjo da Morte passaria pelo Egipto e em toda a casa onde não visse o símbolo do sacrifício, o filho mais velho de homens e animais morreria (12:12). 

Este sangue simbolizava o sacrifício do Cordeiro de Deus, que Cristo, milhares de anos depois, verteria na cruz...

O cordeiro era preparado com ervas amargas (12:8), simbolizando a amargura da Cruz. Não bastava o cordeiro ser sacrificado, era necessário comê-lo, tal como nós temos de nos alimentarmos da Palavra de Deus.

Não se quebrava os ossos do animal, tal como Jesus não teve nenhum dos seus ossos quebrados (Jo 19:33-36) e era comido à pressa, preparados para a viagem, tal como nós entendemos que temos um caminho a percorrer, depois de salvos - a caminhada da Fé. "Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas. (...) porque o justo viverá da fé." Hb 6:12 e Gal 3:11 (RC)

Durante 7 dias não podia sequer existir fermento nas casas de Israel, assim como hoje não podemos viver em pecado: “Não sabem que um pouco de fermento leveda toda a massa? Deitem fora o fermento velho, a fim de se tornarem massa para um novo pão; um povo que, à semelhança do pão sem fermento da festa da Páscoa, não sofre de impureza alguma pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, já foi morto. Celebremos, portanto, essa festa sem fermento velho, (...) de maldade ou imoralidade, mas com o pão da honestidade e da verdade.” I Co 5:6-8 (BPT)

A Pesah é celebrada até hoje, mas Jesus instituiu uma Nova Aliança ao torná-la na Santa Ceia, a passagem da morte para a vida espiritual. O sacrifício de Cristo, cumprindo toda a simbologia e profecias, e a sua Ressurreição, compraram-nos a Vida Eterna!
"Assim, por meio de um homem [Adão] começou a morte no mundo e por outro homem [Jesus] começou a ressurreição dos mortos." I Co 15:21 (BPT)

A obra de Cristo foi completa!

"Deus deu-nos vida eterna e esta vida está no seu Filho. Quem tem o Filho de Deus tem a vida. Quem não tem o Filho de Deus não tem a vida." I Jo 5:11-12 (BPT)

Tal como a libertação do Egipto foi uma celebração de vida e consagração, também a Páscoa deve ser festejada no seu verdadeiro significado: a passagem para uma nova vida com Cristo e a nossa consagração à Sua vontade. A Páscoa foi o maior gesto de amor de um Deus Santo que não quis viver sem o Homem. Cabe-nos a nós aceitar a sua mão estendida e caminharmos com Ele. 

Se nunca entregou a sua vida a Cristo, faça-o agora. 
Fale-Lhe com as suas próprias palavras: "Eu quero que sejas a minha passagem da morte para a vida. Vem encher o meu coração do Teu perdão e paz, e transforma-me, para que eu possa viver realmente e não apenas existir. Torna-Te agora Senhor Jesus, o meu Salvador e te seguirei todos os dias da minha vida. Amém."

Leia também o artigo Sofrimento sem Anestesia.
Se quer saber mais sobre Deus, visite PazcomDeus ou visite uma igreja evangélica perto de si.

A PASSAGEM, por Sandra Rosa