A PSEUDO-FÉ
Fé é abandonar-se ao total descanso na revelação de Quem Deus É e que Ele quer o melhor para nós. Depositamos todo o passado, o presente e o futuro na revelação de que Jesus está vivo e por causa dessa convicção caminhamos na direcção do desconhecido com a certeza de que "sabemos que sabemos".
A pseudo-fé é legalista e subtil. Coloca a ênfase em "ter fé" e "demonstrar fé". É uma espécie de fé na fé de Deus. Não é baseada numa revelação da Bíblia, nem de uma experiência individual em intimidade com o Espírito Santo, mas olha para a fé dos outros e tenta imitá-lá para manipular a Deus a fazer o que queremos.
A pseudo-fé confunde-se frequentemente com positivismo: traz o peso insuportável de palavras pronunciadas e atitudes mentais mantidas rigorosamente. Imita rituais e fórmulas que funcionaram para outros.
Pensamos: se, "sem fé", não se agrada a Deus (Hb 11:6), então "ter fé" é um feito notável que nos garante a aceitação de Deus.
Esta pseudo-fé é manipulatória e um meio para influenciar Deus e causa exaustão de tentar obrigar a Deus a fazer a nossa vontade.
Este raciocínio é um engano e uma obra da carne e resulta em esgotamento espiritual. Produz tensão de nunca se ter uma "boa fé" e o medo de que ela se venha a perder, se não se tiver "fé suficiente".
A verdadeira fé não olha para as bênçãos, mas para o "Eu Sou" que é a fonte da vida. Deus é a resposta para todas as questões e anseios, para todos os desejos e necessidades, para todas as interrogações e até para as crises de fé.
Deus conhece-nos melhor do que nós mesmos. Com Ele não precisamos usar máscaras, nem rodeios, nem aparências de espiritualidade. Ele sabe quando acreditamos e quando temos dificuldade em crer: isso chama-se "caminhada da fé". Quando estamos extasiados, corremos pelas colinas acima cheios de vigor. Noutras alturas damos passos de bebé, tentando fazer sentido do que não entendemos. Outras vezes, paramos simplesmente, avassalados com a brutalidade da vida, com a incoerência do ser humano e com a malignidade de satanás, inimigo mortal sempre pronto a destruir-nos.
Estes diferentes estágios não significam que não temos fé, ou que a perdemos. Antes que ela está a amadurecer e a tornar-se mais perfeita e resiliente, a cada experiência, a cada perda, a cada vitória, a cada sofrimento, a cada resposta e a cada silêncio.
A fé verdadeira permanece.
A fé verdadeira não é superficial nem precipitada. Não corre a fazer juízos erróneos nem a tirar perfis impulsivos.
A profundidade da fé real é uma âncora em momentos de absoluto desespero, rejeição, solidão ou tristeza.
Por vezes parece apenas uma réstia de um grão de mostarda (Mc 4:31-32), a mais pequena das sementes, mas é o que basta para voltar a acreditar novamente.
Talvez já tenha tido momentos de fé e outros de tentar ter fé. Quer saber um segredo? Todos lutam com a fé. Ter dúvidas faz parte desta vida. Perdoe-se a si mesmo se tentou imitar a fé de outros e se se desiludiu no processo. Se souber o que não é fé, está pronto para aprender a "viver pela fé" (Rm 1:17).
Assim como um bebé começa a aprender a andar, dando pequenos passos desajeitados, a cada novo desafio da vida, começamos por dar passos bamboleantes à procura de equilíbrio, até que a prática traz-nos confiança suficiente para alargar o passo, acelerar e por fim correr.
A cada novo desafio da vida, o processo repete-se, mas o Consolador está lá para nos inspirar e para nos levantar quando caímos.
Basta simplesmente crer.
Há esperança.
"Uma árvore tem sempre esperança; mesmo que a cortem, brota de novo e não para de produzir rebentos.
Mesmo que a raiz envelheça na terra e o seu tronco seque no chão, mal sente a água volta a renovar-se
e nascem ramos, como quando foi plantada." Job 14:7-9
"Uma árvore tem sempre esperança; mesmo que a cortem, brota de novo e não pára de produzir rebentos. Mesmo que a raiz envelheça na terra e o seu tronco seque no chão, mal sente a água volta a renovar-se e nascem ramos, como quando foi plantada." Job 14:7-9 (BPT)
A PSEUDO-FÉ, por Sandra Rosa
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